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Às vezes, é preciso parar e respirar
Virginia Woolf é mestra em nos ensinar isso
Olá, eu sou a Ana Cláudia Martins, apaixonada por literatura e pela vida. Aqui, você descobre como unir essas duas paixões para viver melhor.
Tudo de forma leve, sem as “chatices” das aulas de literatura.
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O ano começou, agora eu vou dominar tudo
Diz a lenda que o ano começa depois do carnaval, mas por aqui parece que não foi bem assim, ele começou lá no dia primeiro mesmo.
É um costume meu traçar os planos que eu tenho para o ano, o que eu quero fazer, lugares que eu quero conhecer, conquistas que quero ter… Fica aquele sentimento de “eu vou dominar o mundo agora”.
Quem nunca, né?
E é claro que depois de traçar essas metas, eu já comecei a trabalhar arduamente para alcançá-las.
No entanto, eu esqueci de um pequeno detalhe: às vezes, é preciso respirar.
Mas e as metas? Elas não são importantes?
Olhando para as metas que eu tinha traçado, em nenhuma delas eu considerava que eu sou um ser humano e não uma máquina…
Eu estava considerando que tudo funcionaria da maneira mais perfeita possível e que não daria “tela azul” em nenhum momento desses 366 dias.
Aí você me pergunta: mas esse pensamento surgiu do nada?
Mas é claro que não, sempre tem aquela pitada, aquela balançada que só a literatura nos dá.
Foi lendo um dos relatos de uma grande escritora, a Vírgina Woolf que essa virada de chave aconteceu.
(fique tranquilo, eu vou te mostrar o relato, que pode dar essa virada de chave em você também)
Mas antes, vamos conhecer um pouquinho a Vírginia
Vírginia é uma das principais autoras da literatura no século 20.
Ela começou a escrever aos nove anos e, ao longo de sua vida, publicou nove romances, com títulos como Mrs. Dalloway, Ao Farol, Orlando e Um Teto Todo Seu, além de escrever diversos contos, resenhas e ensaios críticos. A obra da britânica é marcada pelo uso do fluxo de consciência, uma técnica literária do modernismo que tenta ilustrar e transcrever o processo de pensamento de um personagem, em uma estrutura não-linear que se assemelha à forma como pensamos.
Diferente de todos nós, Virginia traçou metas mais realistas
É comum acharmos que dá pra dominar o mundo com o que temos em mãos. Mas esquecemos que a vida não está 100% em nosso controle.
É importante sermos ambiciosos, com sonhos e objetivos. No entanto, tem hora, que a gente só precisa respirar, porque nem sempre a gente vai dar conta de tudo.
No seu relato, Vírginia coloca:
No dia 2 de janeiro de 1931 ela escreveu:
“Aqui estão minhas resoluções para os próximos três meses.
Não ter nenhuma. Para não ser amarrada por elas.
Ser livre e gentil comigo mesma [...]
Parar de me irritar pela garantia de que nada vale a irritação.
Às vezes ler, às vezes não ler.
Sair, sim – mas ficar em casa apesar de ser convidada.
Quanto a roupas, comprar boas.”
Claro que não dá pra ser radical e levar pro “literalmente”
O literalmente tem sido usado de forma tão errada na colocação das pessoas que tem hora que dá até medo do que é literal.
É a mesma coisa com esse relato em forma de poema da Virginia.
Obviamente, se assim como eu, você é uma pessoa ambiciosa, não dá pra levar tudo ao pé da letra. No entanto, dá pra tirar muitas lições do que ela nos escreve.
Vamos entender quais:
Virginia foi gentil consigo mesma, entendendo que nem sempre vai querer, nem sempre vai poder e nem sempre vai conseguir.
Ela nos ajuda a pensar que, às vezes, a gente traça planos, mas ao invés de nos fazes sonhar, eles nos deixam presos.
Ela valoriza a liberdade de escolha e a capacidade de viver de maneira autêntica e espontânea. Por que olhando para as nossas metas, será que são nossas ou são as expectativas dos outros que queremos atingir?
Outro ponto importante é devemos evitar nos irritar com coisas que, no final das contas, não valem a pena. Isso implica em aprender a deixar ir o que não podemos controlar e focar nossa energia em coisas que estão ao nosso alcance.
Virginia Woolf nos mostra como é importante viver do nosso jeito, ser bons conosco mesmos, pensar bem antes de tomar decisões e achar um meio-termo entre se mexer e relaxar. Ela nos diz para sermos verdadeiros, valorizar nossa liberdade.
É importante encontrar um equilíbrio, porque se fizermos apenas o que gostamos e nos é confortável, não evoluímos. Por outro lado, se nos posicionarmos no extremo oposto, também ficamos estagnados, pois começamos a não dar conta das coisas.
Duas mestras da literatura nos ensinam
No livro “A descoberta do mundo”, de Clarice Lispector, tem uma frase que é muito marcante e condiz muito com o tema da nossa news de hoje:
💡💭 Nem sempre é necessário tornar-se forte. Temos que respirar nossas fraquezas.
Tem hora, que o que precisamos é só parar e respirar!
Literatura além da estante
Para além da estante, onde mais encontramos literatura?
Caso queira refletir mais sobre esse tema, há o podcast “É tempo de morangos”, trazendo vários temas sobre literatura, vida e um novo olhar para o nosso cotidiano.
Música Epitáfio, dos Titãs.
Uma lição pra levar pra casa
Resumindo esse livro em uma frase, seria a frase que nortea essa news de hoje:
Ser livre e gentil comigo mesma [...]
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